Março de 2023 – Londres, Reino Unido
Uma tarde para adorar Frida. Na sessão das 15h do Phoenix Cinema, lá estava eu em meio a senhores e senhoras para assistir ao documentário de Frida Khalo.
Frida,
Me lembrei de quando entrei em sua casa azul na Cidade do México. Lembro de sentir uma conexão profunda com os detalhes místicos e tão vivos que tornavam sua presença ainda forte no local. Tão marcante que era como tivesse acabado de terminar uma de suas pinturas e ido ao jardim tomar sol. Logo voltaria.
Suas tintas ainda estão no seu quarto, como você as deixou. Suas miniaturas tão peculiares e distintas me chamaram atenção. Nem preciso de fotos para lembrar dos cantos da sua morada de tão forte que ela me marcou. Me senti viva. Me senti como que liberta por forte feitiço. Hipnotizada. Em outra esfera. Entre sonho e realidade.
Hoje estava confusa e angustiada. Ouvir a sua voz novamente me fez ter certeza do caminho que escolhi trilhar. Da essência que por tantas vezes resistiu em subir à superfície por medo dos olhares tortos e do julgamento.
Ver você tão forte e tão cheia de si me trouxe a certeza de que há quem possa me entender nesse mundo, ainda que através da arte.
E quer coisa mais sublime do que poder se comunicar mesmo depois de cruzar a ponte dos vivos? Tal foi a sua grandiosidade que você ainda se faz presente nas vozes de mulheres de todo o mundo que, por suas personalidades controversas, estiveram presas por muito tempo. Através de você, elas encontram refúgio. E, depois, revolução.
Obrigada por existir