Londres possui uma das redes de transporte público mais complexas de todo o mundo. A quantidade de estações de metrô, pontos de ônibus e outros aparatos que levam as pessoas de um canto a outro da cidade é de deixar qualquer um meio perdido. Mas como usar o transporte em Londres?
Bom, é só você dar uma rápida olhada no mapa de transporte sobre trilhos que você já tem uma ideia do que eu estou falando:
Mas como tirar o melhor proveito dessa rede gigantesca? Como pagar pelo metrô e pelo ônibus em Londres? Será que dá pra economizar nas passagens de transporte público na capital da Inglaterra?
Para responder a essas e muitas outras dúvidas sobre o tema, eu preparei um verdadeiro guia, que poe te ajudar nos preparos da sua viagem para cá.
Mas antes de entrar nos detalhes, um recado rápido: eu faço roteiros personalizados por Londres e pelo Reino Unido que podem deixar sua viagem ainda mais especial! Quer saber mais? Leia aqui:
Transporte em Londres: os principais tipos
Bom, em resumo, existem diferentes modais que você pode usar enquanto estiver passeando pela capital britânica. São eles:
- Metrô (ou tube, como eles dizem aqui). São 11 linhas: Circle, District, Piccadilly, Bakerloo, Central, Hammersmith & City, Jubilee, Metropolitan, Northern, Victoria; Waterloo & City e Elizabeth.
- Ônibus: vermelhos e com dois andares (na maioria das linhas), eles são um dos símbolos da cidade. Há uma oferta enorme de trajetos por toda a capital.
- Overground: uma espécie de trem urbano, parecido à CPTM para quem mora em São Paulo. A principal diferença em relação ao metrô é o fato de que há um tempo de espera maior entre um trem e outro.
- DLR: quase que um “aerotrem”. Os vagões têm um tamanho reduzido e as linhas abrangem a parte mais ao leste da cidade, nas imediações dos bairros de Stratford e Canary Wharf.
- Tram: é como se fosse um bondinho, ou esses vagões que transitam próximos das vias de carros. Há uma única linha na cidade, mais na região oeste, perto de Wimbledon.
- Bicicletas: é possível fazer o aluguel de bikes por aplicativos. Aquelas que integram o sistema do TfL (Transport for London, a companhia responsável pelo transporte público da cidade) são patrocinadas pelo banco Santander e têm estações de coleta e entrega espalhados por vários bairros, especialmente nas regiões centrais. Você pode reservar uma no aplicativo “Santander Cycles” ou direto no terminal de atendimento do estacionamento de bicicletas mais próximo de onde você está. Outras opções de aplicativos para pedalar são o Lime e o Forest.
Quanto custa andar de transporte público em Londres?
Não há uma única resposta para essa pergunta. O preço da passagem pode variar de acordo com uma série de regras e critérios estabelecidos pelo TfL.
No caso do metrô, por exemplo, há duas variáveis principais que vão influenciar no preço da passagem.
O primeiro deles é o horário: o tíquete custa mais caro durante os horários de pico dos dias úteis, entre 06h30 e 09h30 pela manhã e das 16h às 19h durante a tarde/noite.
O segundo é o ponto de partida e de chegada. Calma que te explico: o sistema de transporte sobre trilhos (tube, DLR, overground…) é dividido por zonas, que vão de 1 a 9.
Se você viaja de estações que ficam dentro da zona 1 (a mais central), vai pagar um preço mais baixo. Agora, se sair da zona 4 para a zona 1, o valor final que será descontado será maior.
Caso você esteja vindo para Londres a turismo, a tendência é que você transite pelas zonas 1 e 2, no máximo a 3.
Só para você ter uma ideia, uma passagem para um adulto entre estações que ficam entre as zonas 1 e 2 sai por £2.80 no horário de pico e £2.70 fora do horário de pico (preços de outubro de 2024).
Essas regras, no entanto, não valem para os ônibus. O preço unitário da passagem é £1.75 e o tíquete é válido por uma hora.
Na prática, isso significa que você pode pegar quantos ônibus quiser dentro desses 60 minutos por esse preço unitário de £1.75.
Como pagar pelo transporte público em Londres?
A maneira mais simples e direta de pagar pelo metrô e ônibus por aqui é o chamado Contactless — você simplesmente encosta seu cartão de crédito/débito, celular ou smartwatch nas catracas e é liberado.
É importante, claro, que esses dispositivos tenham a tecnologia e a opção de pagamento por aproximação.
Mas como eles calculam o valor que será pago? A cobrança nunca é feita na hora. Você pode passar o seu cartão/celular/relógio durante todo o passeio e, ao final do dia, o sistema do TfL calcula o seu uso e faz o desconto do valor correto.
Geralmente, essa cobrança vem nas primeiras horas, ainda na madrugada, do dia seguinte.
Esse costuma ser o meio mais indicado para pagar pelo transporte público porque o sistema costuma fazer um cálculo justo e otimizado segundo a sua viagem — ou seja, você só paga por aquilo que realmente usou, segundo as regras estabelecidas pelo TfL.
Ah, dica importante: lembre-se sempre de passar o mesmo cartão/celular/relógio na entrada e na saída do metrô e do overground. No caso do ônibus, você só precisa fazer isso (o tap in, como eles dizem aqui) na entrada.
Mas, claro, existem algumas outras modalidades de pagamento do transporte público aqui em Londres.
Você pode optar, por exemplo, pelo Oyster Card. Ele é um cartão pré-pago parecido ao Bilhete Único que existe em muitas cidades brasileiras. Você carrega um valor e é descontado no final do dia, conforme o uso da rede de transporte.
Há ainda máquinas de autoatendimento que ficam nas entradas de todas as estações de metrô. Você pode adquirir bilhetes ali e pagar com cartão ou dinheiro (cash).
A depender do seu estilo de viagem, você pode comprar os chamados “travelcards”, que permitem pegar transportes públicos de forma ilimitada por determinado número de dias.
Mas daí é preciso botar na ponta do lápis e fazer a conta para ver se esses cartões valem a pena no seu caso.
Veja mais detalhes sobre as formas de pagamento do transporte público em Londres no site oficial do TfL (em inglês).
Vale a pena usar transporte público em Londres?
Olha, eu diria que, para a maioria das pessoas, a resposta é sim. O transporte público é um jeito simples, efetivo e sustentável de transitar pela capital britânica.
Claro que o metrô pode não ser conveniente para pessoas com mobilidade reduzida (muitas estações não são acessíveis).
Nesses casos, o sistema de ônibus é super preparado para cadeirantes e outras pessoas que apresentam alguma necessidade especial.
O local de hospedagem também é fundamental nesse planejamento.
Muitas vezes, ficar num lugar mais distante do centro (especialmente para quem vem para Londres pela primeira vez) pode sair mais caro que o esperado, pelo preço que será pago no transporte público — mas isso é assunto para um outro texto.
Aplicativos e outras dicas para usar transporte público em Londres
Bom, você já entendeu como a rede de transporte público em Londres é extensa e complexa. Mas fique tranquilo, porque dá pra usá-la numa boa, sem ficar perdido.
E uma das principais maneiras de guiar a sua viagem são os aplicativos, que podem ser baixados gratuitamente na GooglePlay e na App Store.
Eu costumo indicar dois: o bom e velho Google Maps e o CityMapper.
Eles funcionam super bem e dão ótimas sugestões de trajetos. Você coloca de onde vai partir e onde quer chegar e esses apps mostram, passo a passo, as opções de caminho — até com a previsão de quanto tempo vai levar a viagem.
Não estranhe se surgirem diversas alternativas: como a rede de transporte público de Londres é gigante e muito bem conectada, existem diferentes meios de chegar ao mesmo lugar.
Você pode optar pelo mais rápido, pelo que possui menos baldeações, pelo mais barato… Bacana, né?
Ah, e pra fechar, deixo cinco dicas práticas e regras de etiqueta básica do transporte público londrino:
- Você certamente vai ler e ouvir muito a frase Mind the Gap no metrô. Isso é um aviso para tomar cuidado com o vão entre o trem e a plataforma — em alguns lugares, esse “buraco” é considerável;
- Deixe sempre o lado esquerdo das escadas rolantes livre para os passageiros mais “apressados”. Nunca fique parado ali — provavelmente ninguém vai te xingar, mas você corre o risco de ouvir resmungos ou tomar algum esbarrão;
- O sistema de transporte público de Londres é relativamente seguro, mas fique atento aos seus pertences. Nas estações mais movimentadas, pickpockets (ou batedores de carteira) costumam estar à espreita de oportunidades para roubar itens de valor;
- Nos dias de chuva, tome cuidado com as superfícies das estações. Algumas ficam escorregadias e com poças — e ninguém quer tomar um escorregão e sofrer um acidente;
- Ande (bastante) de ônibus. Eles são super amigáveis (anunciam o nome de todos os pontos de parada) e permitem ver toda a cidade, especialmente se você estiver no andar de cima. Na minha opinião, essa é uma das maneiras mais agradáveis (e baratas) de fazer um verdadeiro tour por Londres. Ah, se possível, dê preferência aos ônibus fora dos horários de pico e nos finais de semana para fugir do trânsito e da superlotação.
Ficou com alguma dúvida? Deixe aqui nos comentários que vou fazer outros posts sobre o transporte público de Londres no futuro!
Ah, e se você busca um roteiro personalizado para sua viagem pelo Reino Unido, me mande uma mensagem — saiba mais detalhes aqui.
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